Outro ponto importante na questão da responsabilidade social é o fortalecimento da democracia externa, a universidade deve ser permeável as demandas da comunidade.
A universidade, através do CONSUNI, permite uma representatividade externa significativa admitindo na sua composição membros do poder municipal, trabalhadores e empresários. No entanto, o CEPE, incumbido da formulação das políticas de ensino, pesquisa e extensão, que impactam diretamente a sociedade, não ouve a sua voz, e é justamente nesta seara que a comunidade externa mais precisa se envolver para lograr solução eficazes aos seus problemas.
A justificativa para tal cerceamento seria a falta de competência científica deste segmento social. Para superar esta deficiência aparente, baseemos esta proposição de participação popular nas definições de pluriversidade e ecologia de saberes, extraídas do pensamento de Boaventura de Sousa Santos. Busquemos que o popular, munido da sua sabedoria natural e organizados em associações diversas e livres, se una ao grupo filomático da academia, para que, da soma das duas dimensões epistemológicas, possamos extrair um produto moldado as carências da sociedade.
A autonomia universitária e a liberdade de pensamento, valores caracterizadores da universidade, acabaram por sedimentar o distanciamento entre a produção de conhecimento acadêmico e as demandas sociais. Porém, esta autonomia e liberdade não serão, necessariamente, comprometidas com a maior penetração dos interesses gerais da sociedade na definição dos fins da produção científica, desde que o rigor do método científico e a busca pela verdade, valores estes, constituintes daqueles primeiros, sejam preservados.