Promovemos em 2006 um curso de extensão universitária de iniciação para gestores e multiplicadores internos em RSA. Na época a FURB ensaiava a publicação de um Balanço Social que era erroneamente organizado pelo marketing, pois não havia um sistema de gestão nessa área a legislação brasileira na época era recente: norma ABNT 16001 (2004) e a NBC T-15 (Balanço social e ambiental). Tais documentos já indicavam a integração dos conceitos de responsabilidade social e ambiental em mais dimensões o que acabou resultando em uma orientação dada pela ISO 26000. A FURB deixou de mensurar e acompanhar de forma padronizada suas diversas ações como universidade, sem ter uma sistematização da evolução dos indicadores ano a ano. O aspecto mais complexo dessa medição sem dúvida é o aspecto ambiental. Juntamente com a dimensão econômica, a sustentabilidade se revela não apenas no aspecto interno da instituição no cumprimento de sua missão, mas sim como disseminadora e educadora da comunidade nas atividades que em seu entorno contribuem para o amadurecimento e evolução dos indicadores de sustentabilidade de toda a comunidade de sua influência (através da pesquisa tecnológica, e transferência dessa tecnologia, educação ambiental, programas de extensão, etc.).
Um bom início para esclarecer esses conceitos aplicado às universidades sendo um guia para muitas instituições de ensino superior é o Audit Instrument for Sustainability in Higher Education (AISHE) . A revista científica Journal of Education for Sustainable Development trata dos temas atinentes desses aspectos.
Recomendaria para o PDI.
a) Atualizar a legislação principal de referência (ex: LEI Nº 12.187, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2009 (plano Nacional de Mudança Climática), Normas Brasileiras (ABNT) e internacionais (ISO 26000), para formulação e/ou atualização das políticas da FURB.
b) Seguindo as recomendações nas normas anteriores acrescentar ao SGA já existente a integração dos outros sistemas de gestão como o de RSA.
c) Integrar no PDI no capítulo da Sustentabilidade, o tema da Responsabilidade Social.
d) Publicar em modelo padronizado suas ações de responsabilidade sócio ambiental . A NBC-T15 é uma opção, mas em função da internacionalização da FURB há forte tendência para adoção do modelo do relatório de sustentabilidade do GRI (Global Report Initiative) , adotado pelas principais universidades no mundo – Acesse:
https://www.globalreporting.org/resourcelibrary/Brazil-Portuguese-G3-Reporting-Guidelines.pdf Para as universidades o GRI é complementado na sua especificidade com o indicadores educacionais Graphic Assessment Sustainability in Universities (GASU) (http://www.org-sustainability.com/orgsust.php?str=gasu ) . A vantagem disso é que qualquer observador ou analista pode ter um instrumento de comparação internacional.
A primeira Universidade a dotar o GRI foi a Universidade Presbeteriana Mackencie no biênio 2011/2012. A FURB pode ser uma das pioneiras.
A FURB realiza ações fantásticas no aspecto da sustentabilidade. Mas se analisarmos alguns aspectos podemos melhorar sempre. A exemplo:
a) Práticas trabalhistas e condições das principais convenções da OIT (há lacunas sérias na segurança e acompanhamento da saúde do trabalhador)
b) Combate a corrupção e controles internos.
c) A FURB continua erguer prédios com tecnologias antigas, com baixa eficiência e aproveitamento de luz natural e conservação energética e de água. (Há projetos muito melhores sendo desenvolvidos).